Erguida na denominada Quinta de Cima, a Real Barraca funcionou como residência-refúgio para a Família Real, a partir de um conjunto de edifícios de madeira cuja construção esteve a cargo de Bibiena. A Capela Real tinha uma tribuna destinada à Família Real e acesso ao Paço. Em 1761, ocupou-se das obras Elias Sebastião Pope e, em 1792, Manuel Caetano de Sousa iniciou a construção da torre, única edificação em cantaria. Nesse mesmo ano, em 26.5, a Igreja Patriarcal de Lisboa (previamente destruída durante o Terramoto) foi instalada na Capela Real da Ajuda, até que em 1833 passou a ser incorporada na Sé de Lisboa. Assim, a 1835 a Capela Real deixou de existir como tal e, em 29.08.1864, o ministro Costa Cabral mandou demolir o edifício. Feita em pedra de lioz, de estilo barroco, de planta quadrangular, apresenta uma forma poligonal, com entrada no lado Oriental. O acesso ao campanário é feito por uma escada em caracol, de 80 degraus, aberta na parte Noroeste. O andar dos 8 sinos apresenta quatro aberturas estreitas e altas, e é encimado por fogaréus barrocos nos ângulos. Foram sagrados em 25 de Março de 1793 e tocaram, pela primeira vez, no dia do nascimento da Princesa da Beira, D. Maria Teresa, sensivelmente após um mês. Em Março de 1934, os sinos caíram durante um temporal, mas sem consequências graves. Permaneceram durante anos, antes de serem colocados, assentes na plataforma sineira no alto do campanário. No 67º degrau, acedendo por uma porta a Norte, encontra-se o relógio, com uma corda de 48 horas, datado de 1796, anterior ao palácio, actualmente, também, fora de uso. No topo, existe um cata-vento, um galo típico de campanário, sobre um globo, com uma cruz, ambos de metal. Exemplo de arquitectura barroca tardía, com afinidades com as torres laterais da fachada da igreja da Estrela e com a torre sineira das Necessidades, mais antiga, é o último resto da Patriarcal e Capela Real da Ajuda, e sobreviveu seguramente por ser o único elemento em cantaria, dado que o resto era de madeira. Como, em 1834, a capela foi demolida, dela só ficou a torre, também conhecida por Torre do Galo, hoje "ex libris" da Ajuda.